PROFESSORES DA ANP EXPLICAM ÍNDICES DO TESTE FÍSICO DO CONCURSO


Matéria extraída do Informativo PF Nº 53


O teste físico para o concurso da Polícia Federal costuma amedrontar aqueles que querem ingressar na instituição, mas não estão em dia com a atividade física. Além das provas escritas, da investigação de vida pregressa, da avaliação psicológica, entre outros testes, o aspirante a policial federal precisa ser aprovado no exame de aptidão física elaborado pelo Serviço de Educação Física (SEF) da Academia Nacional de Polícia (ANP).

O exercício de barra fixa, o teste de corrida de 12 minutos, a prova de impulsão horizontal e os 50 metros nado livre são realizados pelos candidatos já aprovados na prova objetiva. Homens e mulheres precisam atingir um índice mínimo estipulado pelo SEF em cada teste aplicado, caso contrário já é eliminado automaticamente da seleção.

O Informativo PF entrevistou os agentes responsáveis pela elaboração do exame físico, para saber o que é levado em consideração na definição dos índices exigidos no concurso da Polícia Federal.

Segundo o APF Emeri Mota, Chefe da SAE, e o Técnico em Assuntos Educacionais (TAE) Eduardo Schneider, foi realizado um extenso levantamento da aptidão física dos alunos e servidores que participaram dos cursos de formação profissional e de capacitação na ANP.

“A exemplo das principais polícias do mundo, a formação policial deve ser completa, independente do cargo ou função que o policial exercerá, pois os fatos e as ocorrências em que a PF tem se envolvido ao longo de sua existência demonstram que não precisamos de simples veterinários, contadores, químicos, advogados ou engenheiros. E sim de policiais que possam se integrar a qualquer equipe para realizar o trabalho que seja necessário”, afirma Schneider.

Os policiais explicam a importância, por exemplo, do teste de impulsão horizontal e da natação na vida do policial federal. “Essa capacidade [de impulsão] poderá ser importante ou mesmo imprescindível em várias situações práticas, como na superação de obstáculos, caminhadas e até mesmo em situações mais simples como ficar horas a fio em pé, durante uma operação de segurança de autoridades, por exemplo. Já a habilidade de nadar poderá ser imprescindível em determinação situação operacional ou de sobrevivência”, acrescenta Schneider.

Os mais de 20 mil testes realizados, no período de 2005 a 2009, segundo eles, proporcionaram um farto material para análise estatística, o que conferiu maior rigor técnico-científico às marcas propostas pela PF. O cálculo empregado na composição das notas permite ainda que o candidato equilibre o mínimo desempenho em um dos testes com o resultado satisfatório em outro. Isso torna os testes mais justos, uma vez que são consideradas as individualidades fisiológicas dos candidatos.

E alguns novatos tomam gosto pela coisa: é comum candidatos perderem 1 0 a 1 5 quilos durante os cursos de formação da PF, chegando-se a um recorde de 25 quilos, no caso um aluno do curso para perito.

A análise de relatórios do Centro de Promoção de Saúde e Medicina Preventiva dos Estados Unidos sobre nível de aptidão física, fatores de risco e incidência de lesões em soldados do exército americano auxiliou a Academia na elaboração das provas e escolha dos testes físicos.

Os relatórios apontam que um baixo nível de aptidão física aumenta a probabilidade de lesões relacionadas ao treinamento e reduz a probabilidade dos indivíduos completarem o período básico de capacitação.

E o trabalho na Academia tem vital importância. Ao final de 1 8 semanas de treinamento físico, a SEF sempre faz - a cada curso de formação profissional - um balanço dos policiais formados e verifica diferenças nas variáveis de composição corporal (percentual de gordura e índices de massa corporal) e potência aeróbia. Ou seja, o treinamento realizado pelos alunos produz alterações positivas na aptidão física – redução dos valores de percentual de gordura corporal, aumento da massa corporal magra e aumento da capacidade aeróbia.

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