PF ATRAVESSA O ATLÂNTICO E FAZ ESCOLTA COLETIVA DE PRESOS

Operação Bravo Índia inova ao promover o traslado de catorze presos brasileiros que cumpriam pena em Portugal. Procedimento da PF se mostrou viável e seguro.

A atuação da Polícia Federal no contexto internacional a alguns anos, incluindo as adidâncias
policiais instaladas em quinze países, não é segredo para ninguém. Entretanto, pela primeira vez em sua história, a PF sobrevoou o Atlântico para realizar o transporte coletivo de presos.

A Operação Bravo Índia (saiba mais nas págs. 1 e 2), fruto do esforço conjunto de vários setores da PF, foi possível em grande parte pela dedicação dos pilotos e da tripulação da CAOP - COORDENAÇÃO DE AVIAÇÃO OPERACIONAL. O pioneirismo de colocar um avião de porte médio em uma missão policial a uma distância de 7.280km, grande parte sobre o mar, é fruto de treinamento incansável e longo planejamento.

O desafio teve início no dia 9 de dezembro em Brasília, quando a aeronave Embraer EJR-1 45
levantou voo pela manhã em direção à Natal. No dia seguinte, o maior obstáculo: atravessar por quase três horas ininterruptas o Atlântico rumo à Cidade da Praia, em Cabo Verde, na África. Depois, mais uma escala em Las Palmas, na Espanha, até a chegada no destino final em Lisboa, Portugal.

Com 25 anos de experiência na manutenção de aviões, especialmente nas bases de apoio às
companhias aéreas comerciais, Mozart Ribeiro, funcionário da Embraer e responsável pela manutenção dos jatos da PF há mais de quatro anos, revelou que embora seja uma aeronave considerada de pequeno porte e, por isso, demandar algumas paradas, essa não era a maior preocupação da viagem. “A grande preocupação era com relações às questões meteorológicas. Havia a previsão de fortes chuvas e tempo instável”, afirmou.

Os pilotos responsáveis pelo êxito da viagem também possuem longa bagagem na aviação.
Mais antigo integrante da CAOP entre os pilotos, o DPF Diógenes Medeiros, há 18 anos na
aviação operacional da PF, revelou o sentimento após o êxito no transporte coletivo de presos e na travessia do Atlântico.

“Foi uma experiência nova, uma escola. Uma viagem que requer um planejamento muito mais intenso do que o normal. Nunca antes uma tripulação fez uma viagem dessa natureza, até pela limitação de equipamento. Hoje a PF possui aeronaves que possibilitaram isso”, destacou.

Outro piloto que participou da missão foi o APF Paulo Ricardo Silvestrini, desde 1 997 na CAOP.

Com experiência de mais de 32 anos em aeroclubes, o policial revela a sensação após o retorno de mais uma missão. “Quando entrei na polícia, jamais pensei em pilotar um jato. Hoje, a PF possui dois jatos. Na polícia, nada é impossível. Hoje voamos para a Europa e amanhã poderemos chegar a lugares mais distantes”, ensejou.

Já o APF Marcelo Scussel, único dos pilotos com experiência também em companhia aérea
comercial, revela que realizou seu grande sonho na aviação. “Somos os primeiros pilotos da PF a cruzar o Atlântico. Essa é uma emoção diferente. Hoje atingi meu grande sonho de pilotar para a Europa. Agora, esse tipo de missão será a primeira de muitas”.

TREINAMENTO E MECÂNICA

Na CAOP, os pilotos são recrutados a partir de seu conhecimento técnico e passam por um curso de formação.

Além disso, passam por um curso teórico para a prova da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), aos moldes do que se faz para um motorista obter a CNH, guardadas as devidas proporções.  A carga horária varia de acordo com o tipo de aeronave.

No caso dos helicópteros, por exemplo, são oito meses de curso. Todos os pilotos da Polícia
Federal são da categoria piloto comercial. Na corporação, os iniciantes começam sua carreira em viagens mais simples. Primeiro como co-pilotos e posteriormente, como comandantes.

Geralmente o avião Caravan é o primeiro a ser pilotado para depois partir em missões mais complexas com o Carajás.

A PF não possui corpo técnico para manutenção. Por isso, contrata empresas para suprirem
essa necessidade. No caso dos jatos, exige-se o acompanhamento constante de um mecânico de manutenção e preparação para voo. “O objetivo é deixar o avião pronto para que ele voe a qualquer hora e a qualquer dia”, afirma Mozart.

NÚMEROS DA CAOP - COORDENAÇÃO DE AVIAÇÃO OPERACIONAL

·         02 jatos ERJ -1 45 (50 lugares)
·         02 aviões Caravan (9 lugares)
·         01 avião Carajás
·         01 aeronave King Air (uma nova foi adquirida recentemente)
·         04 helicópteros Esquilo (sendo 2 bi-turbina, e um recém- adquirido com chegada prevista para maio)
·         12 pilotos de avião
·         05 comandantes de helicópteros

Fonte: Informativo PF nº 59

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